16/12/2009

O Duelo aproxima-se


Aproxima-se o Jogo ... Com J grande. O Confronto, com C grande. O evento que comporta tudo aquilo que está relacionado com a rivalidade entre uma perspectiva fantasista, facilitista, incompetente e desrespeitadora e uma perspectiva trabalhadora, competente, ciente das suas (muitas) qualidades e das suas lacunas, que pretende vencer porque crê, e crê bem, que o seu trabalho e esforço assim o permitem. E é este, no estádio da luz, no campo do inimigo, é este que é O Jogo. Não é no Dragão. Não é, porque as maiores virtudes em combate medem-se e surgem e aplicam-se melhor quando o cenário é adverso, quando enfrentamos o inimigo como quem é lançado às feras e sabe ter de recorrer à união, à solidariedade e, em última análise, à superioridade que transporta na sua génese em relação ao adversário que o receberá em sua casa, faminto e com vontade de petiscar o Dragão, mas desconhecedor do facto de que isso não é possível.

Este não é o melhor Porto de sempre. Longe disso. Falta-lhe a categoria de outros, falta-lhe o treinador com a raça de homens que souberam partilhar no balneário de todo um conjunto de valores e sentimentos que elevaram à condição de clube histórico o Futebol Clube do Porto. Mas é Porto. É Porto porque não houve nenhuma hecatombe que destruísse nalguns meses o trabalho que teve lugar diaria e ininterruptamente durante décadas. E as minhas dúvidas, e as de muitos portistas, residiam precisamente aí: estaria a acontecer uma hecatombe? Será que este ainda é Porto para nos orgulharmos dele? A resposta foi dada, com naturalidade, maturidade e classe. Este é Porto. Não o melhor, mas é Porto.

O benfica, esse, apresenta-se desfalcado de alguns jogadores, um deles muito importante nas suas manobras (Ramires). E é pena, digo já. Porque os queria na máxima força.
O jogo com o Olhanense encarregou-se de demonstrar que o benfica não é uma grande equipa. Tem grandes jogadores, enormes até, um treinador sabedor e competente, tem (ou é-lhe facilitado o acesso alheio a) recursos financeiros. Mas não tem estaleca. Pelo menos para já.
Este benfica está a anos-luz da competência e da estrutura-base que o Porto tem. Não é sequer comparável. Este benfica (digo este, mas os 10 ou 15 anteriores foram iguais) não está dotado da estaleca, do vício da vitória, do espírito de conquista que caracteriza o Porto de há muito para cá e que são as qualidades principais e verdadeiramente decisivas que todos os analistas conhecedores - inclusive os rivais que conseguem pôr a clubite de lado - identificam como sendo a razão de base para termos passado de clube com uns quantos títulos de campeão para maior força futebolística nacional, ultrapassando o suposto intocável adversário de Domingo, e um dos principais nomes europeus.

São essas qualidades, aliadas ao trabalho e à competência e também provenientes ou resultantes desse mesmo trabalho e competência, que fazem com que sejamos, ano após ano, vencedores. A construir equipas ganhadoras, a ter prestações europeias dignas do registo e do aplauso de pequenos, médios, grandes e tubarões (os que têm um orçamento 20 vezes superior ao nosso), a trabalhar com seriedade, a não entrar em euforia com cada vitória conquistada, a ter os pés assentes na terra sem contudo perder a esperança e o desejo de voar até aos mais altos picos, a vencer de forma categórica adversários de renome no Dragão, no seu estádio ou em campo neutro, a respeitar e temer o adversário sem contudo lhe ter medo (coisas diferentes, temer e ter medo), a criar, com competência e rigor, uma base de sustentação cujos procedimentos são dignos de figurarem num manual sobre como gerir um clube de futebol para vencer dentro e fora de portas. Os factos estão aí, independentemente da cobertura que lhes dão ou não os pasquins que preferiam ver as vitórias tingidas
a vermelho. Na Europa reconhecem-nos o valor. Só mesmo dentro do nosso país somos alvo de faltas de respeito. Para os que as cometem, as nossas vitórias são a melhor resposta. Não merecem as palavras do Porto, merecem as derrotas contra o Porto.


E quem está habituado a associar certas características e certos pormenores a vitórias e à competência demonstrada nessas vitórias, sabe reconhecer quando o adversário não as tem. E o nosso adversário d'O Jogo não as tem. O jogo de Olhão quebrou muitas dúvidas.

A comunicação social, com o passar dos anos e das vitórias portistas, aprendeu a aperceber-se dos sinais que indicam a descida à terra de tudo o que é benfica e a subida calma, serena, competente e natural de tudo o que é Porto ao lugar cimeiro do futebol em Portugal.
São sinais que se repetem todos os anos, com a frequência e regularidade com que se reproduz incessantemente o espírito ganhador do FCPorto.
É a capacidade adquirida por eles de reconhecer e identificar esses sinais, e de perceber o que significam, que os leva a, na semana que precede O Jogo, atribuir-nos o favoritismo e uma grande probabilidade de vitória, como quem já nem espera por estar a perder dentro do campo para se render. Escolhem render-se logo, covardes e medrosos como são.

Perante as circunstâncias, perante a segurança apresentada pelo Porto nos últimos testes a que foi sujeito - não embarcando em euforias delirantes e infantis nem perante resultados esmagadores e exibições de grande classe - e perante o benfica com o ânimo caído, desfalcado e talvez surpreendido com as dificuldades que enfrentou para não perder alguns dos últimos jogos, talvez devido ao colinho recebido vindo de vários quadrantes, podemos e devemos vencer. E vamos, com categoria.

É com a maior das naturalidades que assumo, para quem me possa estar a ler, a minha profunda convicção de que sairemos da luz com uma vitória tão natural quanto o girar dos planetas do Sistema Solar à volta do Sol.


Trata-se de mais até do que uma profunda convicção.

É um profundo e amplo (pres)sentimento, algo de carácter total e inequívoco. Vergaremos o inimigo à nossa superioridade e castigá-lo-emos pela sua arrogância. No seu próprio terreno. Preparem os corações e os espíritos para esta Batalha, bravos guerreiros. Não deveis vacilar, não deveis perdoar, não deveis esmorecer nem hesitar. Deveis esmagar.

09/12/2009

Porto em Madrid e o Menino da Permanente

0-3 no Vicente Calderón... Exibição segura, com boa gestão de ... recursos contra um adversário de rastos, é preciso dizê-lo, eficácia na finalização, domínio, capacidade de se impor na Europa independentemente do nome do adversário, e outra coisa não seria de esperar de um clube habituado como não muitos a disputar sucessivamente grandes desafios na grande prova que é a Liga dos Campeões Europeus. Foi isto que transpareceu no que toca ao Dragão no Atl. Madrid - Porto de ontem.
Depois de uma série de jogos abaixo do sofrível, realmente maus, fracos e sem qualquer chama, o FCPorto como que reaparece repentinamente e apresenta um futebol com a fluidez e segurança de processos que costuma apresentar nas épocas em que é campeão. Foi assim em Guimarães e foi agora em Madrid. É surpreendente, mas é uma surpresa bem-vinda no que me diz respeito. Tudo bem que o Atlético de Madrid está em crise profunda e não é nenhum feito histórico vencê-los por 0-3 no estado miserável em que estão, mas... nem é pelos números que o jogo foi excelente para o Porto. Foi uma exibição muito segura, muito "competente", como o Jesualdo costuma afirmar. Já agora, Jesualdo exagerou claramente ao querer fazer desta a melhor exibição de sempre do FCPorto na Europa sob o seu comando. Não é, seguramente. Não supera a exibição protagonizada nesse mesmo Vicente Calderón no início de 2009 nem tão pouco a assinada no Teatro dos Sonhos. As mesmas qualidades foram demonstradas, mas mais brilhantemente nesses dois outros jogos, referentes a 2008/09.
Bruno Alves voltou a mostrar um pouco da imensidão que vale, Falcao fez o que lhe competia, Hulk teve tempo para assinar um lance brilhante que é uma apresentação perfeita de duas das suas principais qualidades (técnica, ao fintar o adversário, e potência no remate, ao desferir um tiro violento), Valeri teve finalmente uma oportunidade, Maicon esteve bem mas teve a infelicidade de se lesionar, Fucile mostrou que é importante a vários níveis, Álvaro continua bem na lateral-esquerda (mais a atacar do que a defender, mas bem nas duas), Rodríguez mostrou a raça de sempre e Guarín voltou a entrar e a mostrar alguns pormenores interessantes... Um deles é o remate violento que tem.
Resumindo e concluindo a apreciação sobre este jogo e transportando e ampliando a análise para toda a prestação europeia do Porto nesta edição da Liga dos Campeões: objectivo cumprido, com competência e estofo.

E não posso deixar de colocar aqui algo que li há dias no Record Online:

• 11:36 - Rui Sousa
Finalmente a equipa maravilha por que tão anciávamos. É uma pena não estar-mos na liga dos campiões porque íamos à final, de certeza. Somos os maiores e ninguém nos pára. Vamos ganhar tudo nos próximos anos e jogar o melhor futbol do planeta. O Barcelona que comece a tremer. Todas as estações do mundo vão pagar fortunas para poderem ver os nossos jogos e vamos ficar ricos.

Ridículo demais para que pudesse deixar isto de fora deste blog. Fossem os seis/catorze milhões tão produtivos e inteligentes como são cómicos...

E para terminar, devo dizer que começa a criar-se um verdadeiro problema com aquele tipo que tem um cabelo engraçado, que se chama David e que joga ao lado do cepo a quem chamam Girafa, alcunha que lhe assenta bem não só pelo tamanho, mas também pela beleza facial e pela incapacidade para jogar futebol com os pés: é o seguinte, esse tipo tem vindo a fazer faltas violentas recorrentes e é-lhe feita uma protecção especial pela arbitragem. Os idiotas que falavam no Bruno Alves, munidos da sua desonestidade, deverão calar o seu bico de papagaio em relação ao assunto e abri-lo-ão como têm feito para cometer o pecado intelectual de comparar a qualidade de jogo do menino assassino da permanente à do Capitão do Dragão. Este tipo, este David Luiz, é de uma agressividade e de uma necessidade de protagonismo que se manifestam em doses industriais, mas também prima pela permissão que tem para fazer o que quer dentro dum desafio de futebol. Lamentavelmente para ele e para todo o mundo galináceo, a sua grandeza quando comparada à de verdadeiros grandes centrais do passado distante e recente - alguns dos quais do seu clube - é... minúscula. O rapaz quer mostrar que é grande pelo volume do cabelo e pelas tentativas de mostrar um espírito combativo mediante agressões físicas e atitude arrogante de menino mimado a quem tudo é permitido. Mas o rapaz não sabe que não é assim que se é grande e se mostra que se o é... E quem não o é, jamais o poderá mostrar, de forma alguma. É o mesmo tipo que foi comido pelo Quaresma em 2007 e que afirmou um dia que o melhor golo da sua carreira foi pelo benfica em fora de jogo... Pois claro, assim sabe-lhes melhor. Dia 20 terá uma oportunidade para disputar, no mesmo relvado, um jogo em que participará um defesa-central, o Capitão do Dragão, Bruno Alves, que conhece e aplica os limites da agressividade, não os confundindo com os da agressividade violenta. Que aprenda algo, se para isso tiver capacidade e humildade. Duvido que a tenha. Mas não podendo aprender nada, por falta dessas qualidades, que veja o que é força sem violência, espírito guerreiro sem espírito de violência, capacidade de liderança sem necessidade de protagonismo, imponência natural, classe, superação, qualidade, profissionalismo, poder.



Tenham calma, galinhas. Cada vez falta menos para dia 20 e para mostrar, com naturalidade, que a massa de que é feito o Futebol Clube do Porto é mais do que suficientemente forte para vos fazer aninhar-se no vosso próprio estádio onde aplicam goleadas a clubes sem recursos. Preparem-se. Preparem-se, galinhas. Arrebitem bem as vossas ventas para levarem no queixo arrogante uma lição de força e classe, miseráveis.

Derby de Lisboa e o Sporting de Carvalhal


Como disse, cá fica a análise sobre o derby de há dias, análise essa mais curta do que seria de esperar porque entretanto já passou algum tempo e o assunto deixou de ser "prioritário".

Honestamente, estava à espera de mais. Do Sporting e do jogo. Não foi um mau jogo, foi bem disputado e intenso, mas... faltaram os golos. Podia ter acontecido no lance em que Liedson mostrou toda a sua categoria técnica ao desembaraçar-se do defesa do Clube da Gaivota e rematou... Penso que um Liedson no seu melhor não falharia o golo.
O benfica soube ser perigoso e percebeu que podia chegar também ele ao golo gizando as jogadas ofensivas rápidas e de qualidade a que nos habituou esta época. Também falhou, contudo.
Momento do jogo, a par dos pormenores magistrais do Liedson a que me referi em cima: o tiro de Miguel Veloso, a confirmar que alia o forte remate de pé esquerdo à entrada da área a todas as suas outras potencialidades; a defesa do Quim não lhe ficou atrás.

Nota para a oportunidade que o Sporting perdeu de ganhar uma força anímica que certamente o catapultaria para patamares exibicionais superiores. Não foi por falta de esforço, mas confesso que não vencer o benfica se tornou raro em Alvalade, pelo que estava à espera de mais... Indiscutivelmente, o resultado agradou mais ao benfica, pois passou incólume na casa de um dos grandes.

O Sporting denota algumas pequenas melhoras, mas no fundo está igual ao que estava. Como era de prever, a saída de Paulo Bento só trouxe de positivo o facto de aliviar a pressão existente sobre ele próprio, o mesmo se aplicando às outras saídas que se verificaram. Deixando eles de estar lá, os adeptos não podem mais lançar sobre eles a sua ira, o que é um alívio para o ambiente insuportável que julgo que se vivia em Alvalade. Tiveram o que queriam.
Não houve, evidentemente, tempo nem hipótese para fazer as alterações que são necessárias para termos o Sporting ao nível que devemos ter o Sporting: as alterações de base, de planeamento, de reforço estruturado e ponderado do plantel. Há movimentações planeadas e pensadas para Janeiro... Resta saber se se vão concretizar, e quais serão. Mexer por mexer pouco adianta. Veremos qual será a capacidade de improvisação dos responsáveis sportinguistas actuais, para fazer em pouco tempo uma parte daquilo que devia ter sido feito, com abundância de tempo e com reflexos directos na produção da equipa desde o início da época oficial. Continuo a achar que o Sporting, objectivamente, pode ter uma época que se pode considerar positiva, se, como disse o Mourinho, juntar uma taça (ou quem sabe duas) ao terceiro ou segundo lugar. E há que não esquecer que há uma prova europeia por disputar. Nem sempre o campeonato é indispensável para que uma época possa ser tida como um êxito...

04/12/2009

Finalmente...

Sobre o FC Porto em Guimarães:
Finalmente um bom jogo do Porto. Há já muito tempo que não via um jogo verdadeiramente consistente da equipa. Sem ser brilhante, soube impor-se, ser eficaz (coisa que também não tem sido), aproveitar os espaços, ser inteligente, ser segura. A equipa demonstrou que consegue jogar um futebol fluído quando tem espaço para isso, ao contrário do que acontece no Dragão, onde os adversários por norma se fecham muito (e isso explica - em parte - o futebol sonolento e as exibições descoloridas no seu estádio). Fico também contente por ter visto o jogo e não ter havido qualquer tipo de caso de arbitragem a que os frustrados do costume pudessem recorrer para tentar invalidar uma vitória do Porto. Fez um jogo de qualidade, pronto. Não brilhante, mas de qualidade. Indiscutível.

Sobre o estado do FC Porto neste início de Dezembro:
Aplaudi a decisão de fazer alterações no onze em peças que podiam ser tidas como intocáveis, casos de Hulk, Rolando e Helton. Aplaudi também o seu regresso para este jogo em Guimarães, que exigia concentração e que não constituía a oportunidade ideal para lançar ou continuar a cimentar a posição de jogadores que apenas recentemente tiveram o sabor de serem titulares na equipa que pretende ser pentacampeã nacional. Helton deverá perder o lugar para Beto durante esta época, numa espécie de passagem de testemunho muito semelhante ao que ocorreu quando Adriaanse entregou a baliza a esse próprio Helton em detrimento do super-titulado Baía (considerado melhor guarda-redes europeu sensivelmente um ano antes dessa ocasião); nos jogos que efectuou, não comprometeu. A posição da baliza é muito delicada e convém muito manter o guarda-redes com confiança. Nem todos sabem gerir a posição de guarda-redes num plantel. Jesualdo parece sabê-lo. Também há que mencionar os méritos do homem, tal como se tem que mencionar as muitas lacunas (não diria defeitos). Maicon e Nuno Coelho têm potencial, mas Jesualdo parece apontar mais para Maicon. Não faço ideia sobre qual dos dois é melhor... O certo é que Rolando pode ter recuperado o seu lugar ao lado de Bruno Alves com a exibição segura protagonizada no D. Afonso Henriques. Já Bruno Alves, esse, confirma jogo após jogo que está um jogador completo, uma mais-valia; fico enormemente contente por saber que há conversas para renovar o contrato e fazer dele o jogador mais bem pago do plantel, pois merece-o. Ficaria ainda mais contente se se mantivesse no Porto durante muito mais anos. Acabou de ser um dos eleitos para a votação da UEFA sobre o melhor 11 do ano (o único jogador do nosso campeonato a sê-lo). Juntamente com Meireles, é o rosto do Porto actual, os únicos com estatuto suficiente para ombrearem com os grandes nomes do passado tanto recente como distante. Que fiquem, porque aqui é que estão bem.
Belluschi tem estado bem e confiante, o que faz com que traga à tona toda a sua qualidade técnica. Mas é um patrão do meio-campo? Não. No máximo, com estes jogadores, serão três jogadores a funcionar como patrão. Ou seja, faltando um verdadeiro patrão como era Lucho, há três jogadores que, trabalhando e em forma, podem conseguir um efeito semelhante (nunca igual, claro, mas bem melhor do que a desgraça, vazio de ideias e evidente falta de quem paute o jogo a que assisti em vários jogos do Porto há pouco tempo). E tanto Fernando como Meireles, que completam o triângulo com Belluschi, subiram de rendimento (sobretudo Meireles, que foi pendular e até decisivo na Selecção Nacional). Não dispensava, contudo, uma contratação em Janeiro de uma mais-valia para o meio-campo, evidentemente.
Podia continuar a falar dos jogadores individualmente, mas tudo está bem com os outros. A evolução é visível, natural e expectável.

Esperemos pelo próximo jogo no Dragão (por ser um jogo fechado)... Quero ver o comportamento da equipa nesse jogo e em desafios futuros contra adversários defensivos e que não deixam espaços. Aí se verá se a evolução que o Porto demonstrará nuns jogos se aplica à generalidade dos jogos, sobretudo em casa.
E nada do que de positivo deu para notar em Guimarães e a espaços noutros jogos anula os factos de:
- Haver no plantel jogadores que não justifica(ra)m a sua contratação.
- Não existir um patrão do meio-campo, coisa que sempre existiu - com os efeitos conhecidos - nos grandes Portos que vimos nas duas últimas décadas. Nem precisa de ser um 10 ou um trinco ou um médio-interior. Basta que seja isso mesmo que disse: um patrão, que alie a classe, a entrega e a capacidade de liderança.



Sobre o V. Guimarães no jogo e em geral:
O Guimarães mostrou mais uma vez porque é que é considerada uma das melhores equipas de futebol de Portugal. Com o jogo em 1-2, pressionou enormemente o Porto - pondo o Porto em sentido e obrigando-o a concentrar-se e a admitir que estava por baixo no jogo nessa altura - e praticou o habitual futebol de qualidade, puxado para a frente por um público fervoroso (um público de uma qualidade que talvez o Braga também merecesse), a que o Porto conseguiu resistir.
E pondo de parte as questões relacionadas com a aliança (por conveniência) com os Ridículos da Luz, gosto do Guimarães. Gosto da história recente, do estádio, gosto pelo facto de ser uma equipa do Norte e gosto porque lhe vejo e sempre vi desde que vejo futebol uma força superior a todas as outras equipas não-grandes tirando o Boavista, equiparada apenas - e apenas agora - pelo Sp. Braga. Se não se dão bem com o FC Porto neste momento e vice-versa, isso é-me igual ao litro. Se se associaram aos galináceos foi para chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões (atitude desprezível, claro) e não por terem um ódio visceral, natural e intrínseco ao Porto nem por partilharem na sua génese dos padrões de comportamento das galinhas. Pecaram pela falta de valores e por terem tentado aproveitar-se da desgraça de um clube (Porto), que não se veio a confirmar, e por para tal se terem aliado temporariamente aos idiotas. Mas a atitude de um homem ou de um conjunto de homens (dirigentes actuais e/ou recentes do Vitória) não pode manchar necessariamente todo o clube que ele(s) representa(m) e tudo o que a ele está associado. Não deixarei, portanto, de observar e apreciar as qualidades da equipa e do clube - que também existem - "só" por isso, certo também que o Porto saberá sempre defender os seus interesses na medida do sensato e do correcto e que agirá sempre de acordo com essa capacidade que mostra de há muitos anos para cá.

Em breve deixo a minha análise do Sporting - benfica.