01/09/2009

Liga dos Campeões 2008/2009

Miguel:
Era muito bom para o futebol que pudéssemos assistir este ano a uma final épica.
Os condimentos estão lá: Dois clubes históricos, dois super-clubes, e dum lado o Melhor do Mundo eleito pela FIFA e do outro aquele que é para muitos o melhor jogador do mundo da actualidade em termos técnicos. Pessoalmente entristecer-me-ão algumas recordações que ficarão desta edição deste ano da Liga dos Campeões, porque senti, com toda a propriedade, que era possível o meu clube fazer um brilharete, mas reconheço obviamente que é muito mais apelativa uma final entre dois monstros sagrados do futebol europeu. Um Lisandro, um Hulk e um Bruno Alves não formam uma super-equipa, porque também lá estão Heltons, Sapunarus e Farías, que, embora bons jogadores, não metem medo a ninguém
nem pelo nome nem pelo que fazem em campo. Esperemos que esta final seja qualquer coisa de mágico e épico, e que vença o melhor, que para mim é claramente o Fútbol Club Barcelona.


A Josep Guardiola o que é de Josep Guardiola.
Ao Barcelona o que é do Barcelona.
O título europeu deste ano.
Fútbol Club Barcelona.


Se dúvidas persistiam, a equipa tratou de as dissipar por completo hoje. Não fez um jogo brilhante. Nem precisou de ser explosiva. Bastou fazer um jogo a roçar a perfeição no que toca ao domínio e à gestão de uma partida, contra um colosso recheado de bombas individuais que hoje pura e simplesmente baqueou e entrou numa espiral e num chorrilho de erros a partir do momento em que sofreu um golo, revelando uma capacidade mental inferior àquela que sempre revela possuir ao nível da pura técnica. Nem precisou de ser explosivo. É a melhor equipa de futebol da actualidade (para mim, é-o de longe). Nota: belo espectáculo extra-jogo, também. Estas coisas grandiosas e épicas fazem-me acreditar que hoje em dia ainda há algum espaço de manobra para gerar acontecimentos memoráveis.
Viva a Liga dos Campeões Europeus.


Manuel:

O Barcelona foi (bastante) melhor, logo, ganhou.
Só podia ganhar uma e uma final é isso mesmo. Uma discussão entre duas da qual só uma sairá vencedora.
Mas isso não significa derrotada seja má.

Sobre o reparo feito por alguém sobre a "época para esquecer do Manchester":
Como podem dizer que o Manchester fez uma época para esquecer?

- Campeão Mundial de Clubes.
- Vencedor da Supertaça de Inglaterra.
- Campeão da Taça da Liga Inglesa.
- Meias finais da Taça de Inglaterra.
- Campeão da Premier League Inglesa com 90 pontos.
- Finalista vencido da Liga dos Campeões Europeus.

Se isto é uma época para esquecer ...
Eu sou um adepto do Barcelona mas dúvido que o Barcelona tivesse pedalada para fazer uma época destas. Como disse recentemente o Wenger aliás.
São futebóis diferentes, porque o futebol inglês é diferente de tudo o resto, inclusive do que o espanhol. Agora, num jogo só, numa final, o Barcelona como é óbvio pode ganhar a qualquer equipa do Mundo. Tal como pode o Manchester em boa verdade.
Valorize-se as duas equipas. Porque são as duas muito boas, apesar de só ter ganho uma. E sobretudo ... não se desvalorize o campeão inglês.
O Manchester sagrou-se campeão em Inglaterra com 90 pontos. Para terem uma ideia do que isso é basta verificar que os segundo e terceiro classificados, Liverpool e Chelsea respectivamente, fizeram ambos pontos suficientes para ser campeões em qualquer outro campeonato.
O Barcelona é neste momento a melhor equipa do Mundo.
Mas o Manchester é a mais competitiva e preparada equipa do Mundo.
Sobre isso não tenham quaisquer dúvidas.
Depois do jogo ontem se as equipas voltassem a defrontar-se já depois de amanhã veriam do que falo. O Manchester tem muito mais pedalada e stamina que o Barcelona. Se o Barcelona jogasse em Inglaterra provavelmente adaptar-se-ia a esse ritmo, mas não joga.
São futebóis diferentes.
Não sejam tão perentórios em afirmar o Barcelona superior ao Manchester.

O Barcelona tem uma equipa mágica que submerge de um Clube mágico, único, especial, mas num sentido mais lato ... o Manchester é mais forte.
Tem de sê-lo: joga em Inglaterra.


Miguel:

Concordo em absoluto que o facto de militar no campeonato inglês confere aos conjuntos um ritmo e um nível competitivos muito superior ao que têm os de todos os restantes campeonatos. Apenas um Barcelona triturador como o desta época consegue, nos padrões actuais, superiorizar-se às equipas de topo vindas de Inglaterra. O futebol inglês é um fenómeno totalmente à parte, e julgo estar para durar (ou seja, é bom que nos habituemos a ver semi-finais da Champions League com 2 ou 3 equipas inglesas nos próximos anos).

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