30/08/2009

Sobre o estado do futebol actual


Manuel:

O Notts County, cujo Director Desportivo como sabem - ou talvez nao - e o nosso conhecido Eriksson (e Clube este que militando na First Division foi comprado por um milionario) ... faz o "The Mail" na sua edicao de "hoje" saber - embora ja sejam 04 e 20 da madrugada - que o Eriksson quer trazer para o Clube os seguintes nomes, ja, antes das Transferencias fecharem: Figo, Nedved e Sol Campbell.
A direccao ja fez saber "O dinheiro nao sera problema".
Triste futebol este, o dos dias de hoje.
Nao acham o futebol de hoje uma autentica porcaria ?
O Wenger destruiu Goodison Park ontem deixando la 6 em caixa.
O City ganhou 0-2 no seu jogo e foram recebidos em Manchester como herois acabados de chegar da sua primeira jornada historia rumo ao titulo.
O City gastou 200 000 000 £ no Verao.
O Arsenal teve um super avit de 35 000 000 £.
Nao ha aqui nada de profundamente errado?

Miguel:
Sobre isso do City, meu caro Manuel... É triste. Não tenho muito a dizer sobre isso excepto manifestar o meu desejo de que essas empreitadas falhem rotundamente. Chelsea já temos um e já basta. E só ganhou porque o Mourinho soube montar uma equipa cujas qualidades ainda vão perdurando, mas que diminui à medida que a influência do Mourinho no plantel se vai desvanecendo. O Wenger monta equipas muitíssimo competitivas com recurso a jovens valores, que trabalha, que forma, que educa. Os Citys acham que se pode comprar equipas já formadas, acham que o dinheiro pode comprar vitórias e respeito, mas estão errados. Até podem ter sucesso desportivo, mas jamais terão o reconhecimento dos verdadeiros adeptos de futebol.


Manuel:
Subscrevo tudo isso sobre o City. Está tudo errado. Está errado que jogadores como o Robinho, o Tevez, o Toure e o Adebayor tenham ido para lá - estes 3 últimos neste último Verão - apenas pelo facto de irem ganhar mais libras.
E não me venham com a conversa do "ah e tal mas tu fazias o mesmo e vocês é só invejosos, deixem-nos lá ganhar as fortunas que não têm nada a ver com isso".
Xiu, alto e pára o baile, trava aí a carroça. Não me conheces de lado nenhum para saberes o que eu faria ou não, mas seja como for, a questão nem é essa seu, seu Juskowiak. A questão é que ao fazerem isso, essas situações a acontecerem, são uma das causas maiores para a desagregação que se tem visto nos clubes nos últimos 20 anos. Contam-se - por via disso - pelos dedos de uma mão as "referências" por esses clubes europeus fora.
Roy Keane no United. Fowler no Liverpool. Tony Adams no Arsenal. Shearer no Newcastle. Oceano e Sá Pinto no Sporting. Jorge Costa no Futebol Clube do Porto. Humberto Coelho, Mozer, e outros tantos no Benfica, onde andam todos eles?
Acabaram, morreram. E a sua espécie está quase extinta.
Tivessem estes nomes todos fortunas e ausência de mestria no seu desenvolvimento enquanto homens e jogadores lá pelos seus 17, 18 e 19 anos, e nenhum deles teria sido a "referência" que foi para os respectivos clubes.
Tão simples quanto isto.
O Futebol está doente, nunca esteve tão doente, pese embora nunca tenha na sua aparência espelhado tanto brilho como o que hoje emana.
Dou graças a Deus e sinto-me abençoado, por ter-me alimentado de verdadeiro futebol ali em grande parte dos anos 90. Mais uns anos e apenas teria - eu e muitos de nós - visto a pobreza espirituosa que é hoje o futebol, seja o jogado ou o falado.
O cerne da coisa é este: "brincar", na perspectiva dos singulares milionários que o fazem e - bem mais importante: "descaracterizar", o futebol, os jogadores, os clubes, as ligas, as selecções, tudo.
Está-se a minar o jogo, cada vez mais, e nem a crise parece ter arrefecido essa onde avassaladora de dinheiro que todas as épocas inunda o jogo, e que está pura e simplesmente: a matá-lo.

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